Rio tem surto de roubos em locais-chave da Copa do Mundo
Garotinho caminha ao lado de blindado da PM ao lado do Maracanã durante a Copa das Confederações
O Maracanã receberá sete jogos do Mundial de 2014,
inclusive a final; na praia de Copacabana, acontecerá a Fan Fest do Rio
de Janeiro; e em São Conrado, estará concentrada a seleção inglesa
durante a Copa. Nesses três locais, o número total de roubos quase
dobrou nos primeiros três meses deste ano na comparação com o mesmo
período do ano passado (de 1.443 ocorrências para 2.623).
Esses
dados estão entre os mais recentes divulgados pelo ISP (Instituto de
Segurança Pública) do Estado. Órgão contabiliza mês a mês ocorrências
registradas em delegacias fluminenses e organiza os números por áreas de
atuação de batalhões da PM (Polícia Militar). A área de atuação de um
batalhão é chamada de AISP (Área Integrada de Segurança Pública) nos
levantamentos do ISP.
O Maracanã, por exemplo, fica na AISP
atendida pelo 4º Batalhão da PM, junto com o bairro de São Cristóvão,
parte da Tijuca e outros locais. Lá, foram registrados 1.332 roubos de
janeiro a março de 2014 –87% mais do que no mesmo período de 2013. Do
total de roubos, mais da metade (714) foi de transeuntes, ou seja,
pessoas que caminhavam pelas ruas. Isso é mais que o dobro do verificado
no primeiro trimestre de 2013.
Já na AISP de Copacabana o número de roubos aumentou 58% do primeiro trimestre de 2013 para o primeiro trimestre de 2014 (veja os números abaixo).
Os roubos a transeuntes, mais especificamente, subiram 86%. Vale
lembrar que fica em Copacabana a favela do Cantagalo. Lá, um confronto
entre polícia e criminosos causou a morte do dançarino DG. O fato
motivou manifestações contra a polícia na comunidade.
Na AISP em
que fica o hotel em que a Inglaterra estará hospedada, os roubos a
transeuntes subiram 143% e a o total de roubos, 94%. Os dados dessa AISP
compreendem ocorrências na favela do Vidigal e Rocinha. O hotel da
Inglaterra, aliás, fica bem perto da Rocinha, onde a violência também
aumentou nos últimos meses. Desde o início do ano, já foram registrados
confrontos entre policiais e traficantes em vias movimentadas da favela.
Aumento preocupante
Para o pesquisador Ignacio Cano, do Laboratório de Análise da Violência
da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), o aumento no número
de roubos em locais-chave da Copa é motivo de alerta. Segundo ele, 1.332
roubos em três meses perto o Maracanã é algo preocupante. "Mais que o
percentual de aumento (87%), a quantidade absoluta de roubos preocupa."
Cano ressalta ainda que o crescimento da violência é uma tendência
geral no Estado do Rio de Janeiro. Ele, porém, não acredita que isso
possa prejudicar a Copa justamente pelo esquema de policiamento montado
para o torneio. "Haverá muita polícia na rua, ainda mais nessas áreas
[relacionadas ao evento]", disse ele.
O professor do Departamento de Segurança Pública da Faculdade de
Direito da UFF (Universidade Federal Fluminense), o Roberto Kant de
Lima, também diz que o aumento da violência no Rio não está isolado em
determinadas áreas. Segundo ele, ele é fruto da deficiência da polícia.
"A polícia ainda ainda não aprendeu a lidar com o crime após a ocupação
das favelas" disse.
Esquema antecipado
Ante à piora dos indicadores de segurança do Estado, o governo do Rio de Janeiro resolveu antecipar em um mês a implantação do plano de segurança da Copa do Mundo. Desde o início de maio, policiais militares não podem tirar férias e licenças. Com isso, mais 2 mil homens patrulham as ruas da capital fluminense.
Áreas-chave do Mundial, como o Maracanã, receberam reforço de segurança. Só estádio e seu entorno terão 2.372 policiais militares atuando. O efetivo será 70% maior do que o planejado para a Copa das Confederações.
Todo esse plano foi aprovado em abril pela Cesege (Comissão Especial de Segurança do Estado para Grandes Eventos) do Estado. Forças federais, como Exército, Força Nacional e Polícia Federal, também atuarão no Rio durante a Copa.
Esquema antecipado
Ante à piora dos indicadores de segurança do Estado, o governo do Rio de Janeiro resolveu antecipar em um mês a implantação do plano de segurança da Copa do Mundo. Desde o início de maio, policiais militares não podem tirar férias e licenças. Com isso, mais 2 mil homens patrulham as ruas da capital fluminense.
Áreas-chave do Mundial, como o Maracanã, receberam reforço de segurança. Só estádio e seu entorno terão 2.372 policiais militares atuando. O efetivo será 70% maior do que o planejado para a Copa das Confederações.
Todo esse plano foi aprovado em abril pela Cesege (Comissão Especial de Segurança do Estado para Grandes Eventos) do Estado. Forças federais, como Exército, Força Nacional e Polícia Federal, também atuarão no Rio durante a Copa.
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