quinta-feira, 26 de julho de 2018

Oito tartarugas foram encontradas mortas e amarradas na Praia de Manguinhos

Animais foram encontrados por estudantes na Praia de Manguinhos, em Búzios, no RJ.
Secretaria de Meio Ambiente está em busca dos autores e diz que ação causou ‘indignação e perplexidade’.
Oito tartarugas foram encontradas mortas e amarradas na Praia de Manguinhos, em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio, por volta das 15h desta terça-feira (24). A situação foi fotografada pelo jornalista Bebeto Karolla depois que um grupo de estudantes pediu ajuda. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente disse que as imagens causaram “indignição e perplexidade”.
O órgão reforçou a fiscalização marítima na cidade e informou que vai encaminhar as imagens ao Ministério Público para que o caso seja investigado.
Segundo o ambientalista Eduardo Pimenta, as tartarugas, conhecidas como tartarugas-verdes, da espécie Chelonia Mydas, estão ameaçadas de extinção.
Bebeto Karolla, relatou com tristeza o registro feito na praia.
“É muitotriste de verdade você ver oito delas enforcadas e presas em uma única corda”, disse o jornalista.
O secretário municipal do meio ambiente de Búzios, Cássio Cunha, solicita que denúncias sobre a autoria do fato sejam encaminhadas à Secretaria de Meio Ambiente.
O ambientalista Eduardo Pimenta conta que há a possibibilidade delas terem sido pescadas e deixadas na praia para serem recolhidas depois.
“O que acontece é que as tartarugas se, não têm furos de arpão, devem ter caído em alguma rede. Ou rede de espera ou rede de cerca. Quando os pescadores percebem que a tartaruga vem junto com os peixes, eles têm medo, porque podem ter denúncias. Eu imagino que essas podem ter sido escondidas para alguém pegar em
um outro momento. Se ela estava amarrada, isso é o que sugere-se. As tartarugas são protegidas por lei. Pescar tartaruga é crime e inafiançável”, disse ele.
Ainda de acordo com o ambientalista, as tartarugas antes eram alvos de pescadores, mas, com o passar dos anos, passaram a ser protegidas, inclusive pelo projeto Tamar, que foi criado em 1980 com a intenção de proteger espécies de tartarugas que utilizam o litoral brasileiro para se alimentar e se reproduzir.
“No passado, as tartarugas eram vendidas para restaurantes. Eles faziam sopa e
diversos pratos comerciais. Depois, a pesca foi proibida, e os restaurantes
ficaram sujeitos à multas. Com a proteção do projeto Tamar, o número de
tartarugas vem aumentando tanto, que elas acabam sendo atropeladas até por barcos. Muitas deles acabam em rede, mas os pescadores não podem desembarcar
com elas porque sabem dos riscos. Correm o risco de serem denunciados”.
Tartaruga-verde
Estima-se hoje que a população mundial das tartarugas-verdes se resuma a pouco mais de 200 mil
indivíduos em idade reprodutiva. Ou seja, é muito pouco diante da imensidão dos oceanos que abraçam a terra.
Não é à toa que ela está em perigo de extinção. Conhecida também como aruanã, pesa, em média,
160 kg, mas pode chegar a 300 kg. O tamanho básico é de 120 centímetros de comprimento.
Entre as características físicas, o casco (ou carapaça) possui quatro placas laterais verdes ou verde-acinzentadas (coloração obtida graças à sua gordura corporal), a mandíbula é serrilhada (para facilitar a alimentação) e uma unha visível nas
nadadeiras.
Em função da dieta alimentar, é a única espécie de tartaruga marinha herbívora, e o crescimento é lento. Tanto que só chega à maturidade sexual entre 25 e 30 anos.
No litoral brasileiro, habita lugares como a Ilha de Trindade, Atol das Rocas e
Fernando de Noronha.

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