quarta-feira, 25 de julho de 2018

11 Bebês Morrem na Holanda Sob Efeito do Viagra

Holanda: Onze bebés morreram depois de as mães terem tomado viagra como parte de um tratamento experimental

Um tratamento experimental que recorria a Viagra para ajudar ao crescimento do bebé, enquanto este estava no ventre da mãe, teve um resultado desastroso, provocando a morte de onze bebés. Os testes foram suspensos. Neste momento há entre 10 a 15 mulheres à espera de saber se os seus filhos sofreram alguma mazela daquele tratamento.
Holanda: Onze bebés morreram depois de as mães terem tomado viagra como parte de um tratamento experimental









Era um tratamento que tinha por base um pressuposto simples: utilizar Viagra, uma substância que ajuda a dilatar os vasos sanguíneos, normalmente utilizada para tratar a disfunção erétil, mas também muitas vezes prescrita para ajudar a aumentar a pressão sanguínea, para aumentar o fluxo de sangue da placenta da mulher grávida, permitindo desta maneira o crescimento da criança.
Mas o pressuposto não teve os resultados esperados e agora várias mulheres que recorreram a este tratamento, que ainda continuava a ser considerado experimental - e não um tratamento médico comprovado, tendo só por base testes anteriores realizados em ratos - esperam ansiosamente por saber o estado de saúde dos seus filhos, após 11 bebés terem morrido.
O tratamento estava a ser realizado em 10 hospitais espalhados pela Holanda, e tinha como pacientes mulheres cujas placentas apresentavam baixos níveis de desempenho e que por isso tomaram Sildenafil, um medicamento vendido sob a marca Viagra.
Os testes, que começaram em 2015 e esperava-se que durassem até 2020, terminaram na semana passada após um comité independente que supervisionava o tratamento ter descoberto que 17 recém-nascidos, mais do que seria esperado, nasceram com problemas nos pulmões, tendo onze destas crianças acabado por morrer.
Numa entrevista ao jornal holandês De Volkskrant, o ginecologista Wessel Ganzevoort, que lidera a investigação, disse que o objetivo era “mostrar que este era um método eficaz para promover o crescimento do bebé. Mas aconteceu o oposto”. “Estou chocado. A última coisa que queríamos era magoar os nossos pacientes”, afirmou.
Investigadores que conduzem um teste idêntico no Canadá foram imediatamente informados e suspenderam o estudo.
Já o hospital disse em comunicado que “uma análise feita pelo Centro Médico da Universidade de Amesterdão mostrou que o Sildenafil pode ser prejudicial para o bebé após o nascimento. A probabilidade de uma doença nos vasos sanguíneos dos pulmões parece ser maior, e a probabilidade de morte nos primeiros meses de vida parece ter aumentado”. “Os investigadores não encontraram nenhum efeito positivo para as crianças em outros parâmetros. Todos os efeitos adversos ocorreram após o nascimento. Considerando esta descoberta, o estudo foi parado de imediato. Todos os participantes foram abordados pessoalmente e quase todos foram informados se tomaram a droga ou o placebo”, pode ler-se.
No total, 93 mulheres tomaram o medicamento como parte do tratamento experimental levado a cabo pelo Centro Médico da Universidade de Amesterdão. Das 90 mulheres do grupo de controlo, as que tomaram placebo durante o tratamento, três deram à luz filhos com problemas pulmonares, mas nenhum deles morreu por causas relacionadas com o tratamento. Nove crianças deste grupo de controlo acabaram por falecer, mas por problemas não relacionados com a experiência.
Neste momento existem entre 10 a 15 mulheres à espera para descobrir se os seus filhos sofreram mazelas devido ao tratamento.
Teme-se que o medicamento tenha causado alta pressão sanguínea nos pulmões, fazendo com que os bebés recebessem pouco oxigénio.
Nada indica que os testes foram mal conduzidos.
24.sapo.pt

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